Esta é uma bela visão do setor sudoeste da serra Tepequém, Roraima. Este testemunho sedimentar há bilhões de anos atrás fazia parte de uma grande bacia e cuja maior área contínua está na atualidade representada pelo Bloco Sedimentar Pacaraima que recobre parte da Venezuela, Brasil e Guiana (ex-Inglesa) junto à linha de fronteira tríplice e onde se situa o Monte Roraima e o Monte Caburaí, este, nosso ponto mais setentrional.
A serra Tepequém forma um conjunto vulcânico, vulcanoclástico e sedimentar, cujo substrato está relacionado a uma caldeira de subsidência vulcânica (cauldron). Alguns flancos da serra revelam espessos pacotes de fanglomerados (leques aluviais) oriundos das paredes da caldeira (Reis et al. 2009). Um metamorfismo de muito baixo grau e suaves dobramentos associados a falhamentos registram eventos tectônicos tardios no intervalo 1,2 - 1,4 Ga. O Tepequém constituiu uma área de intensa atividade garimpeira para ouro e diamante, com destaque para as décadas de 50 e 60. Naqueles idos, atingir seu topo só por trilhas e com a ajuda de tropas de burros no transporte de material e rancho. Algum tempo após foi construída uma pista de pouso para pequenas aeronaves. Daí veio a garimpagem mecanizada. Pacotes conglomeráticos monomíticos de uma fácies fluvial entrelaçada foram os responsáveis pela pretérita mineralização, hoje aluvionar.
Dois principais igarapés tem suas nascentes no Tepequém: Paiva e Cabo Sobral. A cachoeira da foto fica no igarapé Paiva e possui maior desnível na ordem de uns 250 metros. O curso d'água aparece de forma escalonada, com vários patamares de rocha arenítica bastante resistente. Esses patamares mostram acentuado mergulho das camadas para nordeste, cuja sucessão de rochas expõem suaves dobras em sinclinais e anticlinais. O termo tepuy ou mesa tem sido aplicado à essas exposições sedimentares.
O Tepequém é uma área sob proteção ambiental e possui dezenas de atrativos à sua visitação: belas cachoeiras, trilhas para trekking, paisagens, estrutura para camping & pousadas, abundante fauna e flora (savana), além de uma agradável temperatura que contrasta àquela da região de entorno (florestas e pastagens).
Dista aproximadamente 200 km da capital Boa Vista, se chegando por lá através de rodovias sempre asfaltadas e que inclui 100 km da BR-174 (Boa Vista - vila Paraima).
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