sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Imagens Ribeirinhas




Essas são imagens ribeirinhas da região do rio Aripuanã, Amazonas. Mostram a comum atividade de lavagem de roupa e de utensílios. A interação com a água é total. Se lava e enxágua, se banha, se trabalha, se curte o barulho do vento e das águas batendo na madeira. Se ouve o zunido das moscas, abelhas e o bater das asas das borboletas na proximidade do ombro. É a roupa batendo na madeira e sendo retorcida várias vezes.


Reislândia


Estamos na vila Paredão ou na menos conhecida "Reislândia". Eu também não conhecia esse nome, já que nesta área de Roraima, a NW da capital Boa Vista, o termo "Paredão" guarda analogia com uma cachoeira do rio Mucajaí. Este acidente geográfico já esteve na lista das muitas pautas de construção de uma hidrelétrica no Estado, juntando-se ao Bem-Querer no rio Branco e Tamanduá no rio Cotingo.
Bom, a vila Paredão integra uma área de assentamento agrícola pelo INCRA e possui várias vicinais ("vicinais" são estradas não-pavimentadas onde os colonos são fixados em lotes para que ali desenvolvam a pecuária e agricultura). Anda meio-esquecida pela prefeitura de Alto Alegre, a qual faz parte do município. Apesar de usufruir da rede elétrica de Guri, Venezuela, que chega à Boa Vista, o abastecimento d'água ainda é precário. Mas a região é bonita e assentada pela natureza em meio a colinas e serranias. Muito verde cortado por igarapés recheados de lajes de granitos. Em algumas dessas lajes a gente encontra marcas de "amoladores de pedras" feitos pelos indígenas há muitos anos atrás. São sulcos escavados na pedra utilizando uma outra pedra, esta, possivelmente para se transformar em um artefato (machado, por exemplo). É um dèjavú à idade da pedra.
E no silêncio da noite, o bar do "Negão da Abóbora" reúne a comunidade para uns tragos e uma sinuca. Particularmente, me sentí em casa, já que tenho o sobrenome "Reis". Se você quer saber mais, deixe seu comentário.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ilha de Maracá - rio Urariquera


A ilha de Maracá, rio Urariquera, é uma "Estação Ecológica" criada pelo GF no ano de 1981. Possui uma área algo triangular em torno de 1000 km2, cujos catetos e hipotenusa são formados respectivamente pelos furos Santa Rosa ao norte e Maracá ao sul. "Furo" é uma denominação similar a "paraná" e onde as águas interligam por alguns quilômetros ou menos, o próprio curso do rio. Deste modo, se formam dezenas de ilhas de variada dimensão. O furo Maracá é um bom exemplo (foto). Mais a oeste, essa região faz limite com a área indígena Ianomâmi. É inóspita e poucas pessoas se aventuram nesses furos, o que requer conhecimento e prática de navegação para vencer uma centena de perigosas corredeiras e cachoeiras. Os dados geológicos ainda são escassos e se resumem ao reconhecimento de rochas granitóides deformadas, com autólitos máficos pertencentes ao "Complexo Urariquera" e com idade U-Pb (SHRIMP) recentemente estabelecida em 2,03 bilhões de anos. Uma janela de um embasamento antigo no Escudo das Guianas. Quer saber mais, deixe seus comentários.

Geração Camararém


Taí três amiguinhos Macuxi residentes na maloca Camararém, região da vila Uiramutã. A foto foi tomada à beira do rio Maú, junto à fronteira com a Guiana. A região oferece uma bela geologia como a soleira de diabásio que atravessa o rio e que já foi datada em 1,78 bilhões de anos (U-Pb SHRIMP). Trata-se do magmatismo básico "Avanavero" (região da Guiana) cujas rochas aparecem no Escudo das Guianas sob forma de diques (discordantes) e soleiras ou sills (concordantes). As soleiras são bastantes conhecidas no interior da cobertura sedimentar Roraima e recebem denominações locais como Cipó (no extremo norte, serra Cipó), Pedra Preta (rios Cotingo e Quinô), Cotingo (bacia do rio Cotingo/Tamanduá), Camararém (rio Maú), Paiuá (ig. Paiuá), dentre outras. Mas também afloram na proximidade das rochas vulcânicas do Grupo Surumu. Geologia e trekking fazem bem e tenho andado por essa região há longos anos. Se você quer saber um pouco mais deixe aqui seu comentário.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Água Fria


Essa é a região da vila Água Fria, no extremo norte roraimense. Estamos na bacia do rio Cotingo cujas águas nascem no Monte Roraima, fronteira tríplice com a Venezuela e Guiana. A vila, que já foi próspera, é um dos últimos refúgios dessa área. Inclui ainda, mais ao norte, duas outras bacias, rios Quinô e Suapi. Palco de intensa atividade garimpeira para ouro e diamante ao longo das décadas de 70 e 80, hoje totalmente desativada dada a homologação da área Raposa - Serra do Sol. Localidades como Puxa-Faca, Vietnam, Caju, Azul, serra Verde e Suapi registraram no passado alguns sítios importantes de garimpagem. E muitas histórias e personagens se criaram por ali como o "seu Messias" que tinha doze filhas que pegavam duro no trabalho da fazenda e garimpo. Do "velho Levindo" no Suapi. Era parente do ex-presidente Juscelino. Do "velho Sisi Mota" de Santo Antônio do Pão. Do Naldo e Dona Cota, do Brasil dos tempos do Caju.

A região da vila Água Fria é constituída por rochas vulcânicas do Grupo Surumu (1,98 bilhões de anos), que por sua vez servem de embasamento para a bacia do Supergrupo Roraima. Subindo a serra para a antiga localidade do Caju é possível deslumbrar a passagem do substrato vulcânico para as primeiras rochas sedimentares Roraima. A subida registra um desnível na ordem de uns 400 metros e possibilita uma bela visão da fisiografia da região. Serras, colinas e contrafortes. Essa é a magia de uma região rica em histórias e boa para um passeio no verão do Hemisfério Norte. Como chegar lá? Deixe seu comentário.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Geração Macuxi






Essa gatinha ou oncinha é uma menina Macuxi que fotografei em uma casa à beira da estrada que leva à vila Uiramutã, no norte de Roraima. Chegava de uma boa caminhada margeando o igarapé Paiuá e devido ao avanço do entardecer tive que rumar para sul por antigas trilhas que me levaram a um imenso roçado, o que dificultou um pouco a caminhada. Mas depois desse maravilhoso dia, cercado de belas paisagens rochosas e de cachoeiras, me deparei com essa simpática e doce menininha de olhar amendoado.


Taí a foto (também gostei). E você, já andou por lá?

Are You Experienced?


Pé no barro. Ou melhor, na lama. Ou pior na argila. Rodando em plagas amazônicas, dessa vez no sudeste do Amazonas, ou melhor, próximo de Apuí e município de Novo Aripuanã, na bacia do rio Madeira, um dos afluentes direito do rio Amazonas. Havia uma "fofoca", um termo utilizado no meio garimpeiro e equivalente a uma "corrida alucinada atrás do minério", em algum ponto do rio Juma. O minério era o ouro! Lá fui eu percorrer uma área que parecia de ninguém, mas que parecia também de todos. Uma AM-174 que liga Apuí a Novo Aripuanã e mais uma vicinal até a beira do Juma. Lama nos barrancos pra' se chegar até as "voadeiras", uma espécie de táxi fluvial para transporte de pessoal e material. E vale levar tudo. Menos a mãe. Aí se chega no garimpo. A entrada é pela currutela, "a sede ou o palácio do Planalto do garimpo". É um avenidão de lama com um variado comércio que vai da elementar cachaça a aparelhos sofisticados como um GPS. Música alta, brega e senhoras, senhoritas e anciãs disputando o calçadão junto a pedaços de carne sobre uma mesa de tábuas de madeira. A carne é cortada à machadadas. Sorriso na cara do comprador de ouro junto a sua balança de precisão. Esperança no ar. Fui adentrando na área e percorrí várias trilhas enlameadas e por vezes com forte odor de mijo. Talvez alguma parada pra' descanso. De repente a mata se descobre e uma buraqueira infernal é disputada palmo a palmo por escavadores, bateadores (uso da bateia, uma ferramenta metálica circular em forma de chapéu de chinês e onde se faz a "apuração" do metal através de movimentos circulares bidirecionais e interrompidos), carregadores e toda sorte de pessoas que indiretamente dão suporte à atividade. Água fresca é escassa, pois todas as fontes tornam-se gradativamente poluídas por pessoas que quase chafurdam no chão. Redes recolhidas ou não em todos os lugares. É esse o clima do garimpo. É uma experiência onde a cada dia novos fatos acontecem. E você, have you ever been similar experienced?


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

La Línea






A Amazônia também é rock'n roll. Afinal, pedras que rolam não criam musgos. Rodar por aí, subir rio, descer montanhas, penetrar nesse mundo absurdamente verde. Esta foto foi tomada na metade dos anos 80, em corte de estrada na vizinha Venezuela, no trecho entre Santa Elena de Uairén e Quebrada del Jaspe. Pra' quem não sabe, a fronteira com a Venezuela se dá através do estado de Roraima, bem ao norte e pela vila Pacaraima ou BV-8 (um dos marcos de fronteira). A geologia é aquela do Supergrupo Roraima, reunindo espessos pacotes sedimentares com intercalações de rochas piroclásticas e vulcanoclásticas na sua porção mediana. É uma belíssima região recoberta por vegetação de savana (sem leões e zebras) e rica em rios e igarapés com cachoeiras de variada altura. Pelo lado brasileiro, a região integra a área indígena Raposa - Serra do Sol. E conhecer um pouco dessa região é visitar a vila Uiramutã, com alguns 600 metros de altitude em relação ao nível do mar. E vale a pena percorrer e se banhar no igarapé Paiuá, alguns quilômetros a sul da vila. Tem até um ônibus que faz a linha Boa Vista (capital) - Uiramutã. É pura aventura! A região faz fronteira com a República Cooperativista da Guiana (ex-Inglesa) através do rio Maú ou Ireng. Se você quer saber um pouco mais sobre essa região fronteiriça é só postar seu comentário.



quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Discos de cabeceira




"Discos de cabeceira" são aqueles álbuns ou CDs que de tanto ouvir "furaram" (no sentido do disco de vinil que rodava sobre a agulha do toca-discos). São aqueles discos que ficamos ouvindo por tempos e até hoje não nos cansamos de ouvir.
São como livros, onde sempre folheamos uma ou mais páginas diariamente.
Pode não ser o best-seller, mas a gente se amarra.
Esses para mim sempre serão os discos de cabeceira. E você, tem algum ou alguns?


Capas de Discos


Qual a capa mais maneira que você conhece? Quem curtiu um Lp sabe o significado de uma bela capa (quem não comprou um vinil pela capa?).
A Hipgnosis - grupo formado por designers ingleses nos anos 60/70 - foi a criadora de capas de álbuns de bandas como o 10 cc, Alan Parsons Project, Audience, Bad Company, Syd Barrett, Black Sabbath, Brand X, Edgar Broughton Band, Eletric Light Orchestra, Peter Gabriel, Genesis, Led Zeppelin, The Nice, Pink Floyd, Pretty Things, Rainbow, Renaissance, UFO, Wings e Yes (Going For The One e Tormato). Uma das marcas registradas da Hipgnosis era se utilizar de imagens relacionadas às músicas do álbum. A capa mais famosa é do álbum Dark Side Of The Moon, lançado pelo Pink Floyd em 73 (foto).



A guitarra e seus guardiões


Melhor guitarrista de todos os tempos? Técnica ou velocidade? Aqui vão alguns nomes para tirar o sono e fôlego: Frank Zappa, Eric Clapton, Jeff Beck, Jimi Hendrix, Alvin Lee, Joe Bonamassa, Jimmy Page, Richie Blackmore, Larry Coryell, Peter Green, Steve Vai, John Abercrombie, Duanne Almann, Santana, Rory Gallagher, dentre outros. Compor e tocar seu instrumento (guitarra) tem mais peso nessa avaliação?