
Caramba! Foram alguns dias de operação com helicóptero na floresta, onde fui lançado em clareiras abertas por mateiros habilitados ao rapel. A partir delas saímos caminhando pela selva à procura de rochas. Foram muitos os vales e drenagens percorridos, muita sola de sapato gasta e muita adrenalina!
A gente adquire momentos de solidão e abandono quando o helicóptero se vai, retornando apenas no final do dia para o resgate.
E você caminha apenas com um auxiliar que corta o mato sob sua orientação de rumo a seguir. Utilizo bússola e um GPS. É ele que me orienta e corrige os desvios da bússola. É um amigão na selva. O deixo ligado o tempo todo e dificilmente perde o sinal do satélite.
Carregamos uma pequena marreta para extrair pedaços de rocha, uma bateia e uma peneira (suruca) para coleta de sedimentos em igarapés.
Recordo-me que há muitos anos atrás não possuíamos GPS e nossa orientação era penosa e nem sempre precisa. Utilizávamos telêmetros e fotografias-aéreas. O relevo, por vezes muito acidentado te leva naturalmente a realizar desvios através da vegetação mais densa e entrelaçada por cipós, além de grandes árvores que um dia tombaram pelo vento e arrastaram tantas outras juntas. Sem falar nas áreas alagadas (chavascais) onde você chafurda o pé em uma lama negra de desconhecida profundidade. Alguns pássaros piam ou cantam em um lamento que só a selva compreende. Nos chavascais dá para se ver pegadas de onça, anta e queixada. Sempre aguça a expectativa para o adiante.
Por vezes bandos de macacos lançam pedaços de pau e gravetos em quem se atreve a atravessar seu território.
A roupa fica inteiramente molhada de suor, em grande parte pela umidade que a floresta transfere para você.
E hoje tem rodada final do Brasileirão. Mas eu já me sinto um campeão!

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